O petróleo opera em alta na manhã desta quinta-feira, impulsionado pelo dado de ontem dos estoques da commodity nos Estados Unidos divulgado pelo American Petroleum Institute (API). A associação de refinarias informou que os estoques brutos dos EUA tiveram redução de 3,3 milhões de barris na semana passada, o que colabora para apoiar a expectativa de que diminua o excesso de oferta global.
Às 9h21min (de Brasília), o petróleo para março subia 3,16%, a US$ 31,63 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para abril avançava 2,52%, a US$ 35,37 o barril, na ICE, em Londres.
Mais tarde, às 14h, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) divulgará o relatório oficial de estoques de petróleo na última semana nos EUA. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal preveem aumento de 3,1 milhões de barris.
Na avaliação de Michael Poulsen, analista da Global Risk Management, o dado do API foi um fator realmente positivo para os preços do petróleo. Ainda assim, Poulsen prevê que o relatório oficial mostre um aumento nos estoques dos EUA.
Alguns investidores, por sua vez, avaliaram como positivo o apoio do Irã ao acordo que outros grandes produtores da commodity anunciaram para congelar a produção dos níveis de janeiro. Na visão desses investidores, trata-se de um primeiro passo para estabilizar os preços, mesmo que o próprio Irã se recuse a cumprir com o acordo.
A relutância de Teerã coloca em dúvida se Rússia, Arábia Saudita, Catar e Venezuela continuarão comprometidos com o plano anunciado. O ministro do Petróleo do Iraque, Adel Abdul Mahdi, afirmou hoje que apoia qualquer decisão que possa sustentar os preços e que negociações entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e outros produtores para limitar a produção estão em andamento.
"O acordo precisa envolver todos e depende de um acordo entre todas as partes", disse Poulsen. Segundo o economista, como era de se esperar, há dificuldades pela frente para que a iniciativa se materialize.
Os preços do petróleo recuam mais de 70% desde seu pico em junho de 2014, diante do excesso de oferta e de uma demanda mais fraca pelo mundo. Isso atingiu as companhias de energia, que atuam para reduzir investimentos e demitir trabalhadores. Mesmo um país mais bastado como a Arábia Saudita, que depende muito da receita de petróleo, registrou déficit recorde de US$ 98 bilhões no ano passado, cerca de 15% de seu Produto Interno Bruto (PIB).
Na quarta-feira, a agência de classificação de risco Standard & Poor's de A+ para A- e citou o "impacto marcado e duradouro" dos preços do petróleo sobre a economia do país. Segundo analistas do Commerzbank, uma tendência clara para o petróleo, que se recupera nas últimas semanas, exigiria "sinais inequívocos" de que a produção do petróleo nos EUA está em queda.