A onda de aumentos, infelizmente, parece não ter fim. A exemplo de 2015, em que se viram recordes de altas em produtos com preços tabelados pelo governo, como o gás de cozinha, 2016 parece continuar causando preocupações aos consumidores.
Depois de 12 anos com preço congelado, o botijão de gás liquefeito de petróleo (GLP) foi reajustado pela primeira vez em setembro do ano passado. Na terça-feira, ainda em função do aumento da alíquota de ICMS sobre o produto, os valores chegaram mais caros para os revendedores novamente.
Das oito revendas consultadas pela reportagem, o reajuste foi de R$ 2 nas cinco empresas que já receberam os botijões mais caros, mas pode chegar a R$ 4 no cilindro de 13kg.
Em dois locais, nesta quarta-feira deve ser conhecido o aumento de preços, quando chegam novos carregamentos ou após reunião com fornecedores. Na Sulgás, revendedora da Liquigás, o proprietário tem a intenção de negociar com a companhia para não repassar a alta aos consumidores.
Para amenizar o impacto, a Cia do Gás, autorizada da Ultragaz, parcelou o repasse em R$ 2 desde quarta e mais R$ 2 a partir de sexta-feira. Todos os empresários do setor lamentaram o aumento, especialmente porque no verão as vendas costumam cair.
Confira dicas do Sindigás para reduzir o desperdício do gás na cozinha:
1) O forno é o que mais consome gás. Se for usá- lo para fazer um bolo, otimize a energia assando algum prato salgado ou uma sobremesa
2) Diminua a chama quando o forno chegar à temperatura desejada e mantenha as panelas tampadas durante o cozimento dos alimentos
3) Use o botijão até o final e jamais deite-o. Não há riscos quando as chamas começam a ficar mais fracas. Só troque quando a boca apagar totalmente
4) Ao trocar o botijão, observe se o lacre está fixado, e a válvula, bem fechada. Cheiro de gás indica vazamento
5) A chama deve ser sempre azul. Se estiver amarela, é porque está havendo desperdício, pois o gás não está gerando o máximo de calor que pode
6) As bocas precisam estar limpas e em bom estado. Caso contrário, avalie a possibilidade de trocá-las
7) Se o fundo da panela está preto, é porque o gás não está tendo sua performance ideal. Este preto é carbono que poderia estar gerando calor para cozinhar
8) Concentre o horário que for utilizar o fogão. Tente fazer todos os pratos da mesma refeição juntos. Isso torna o consumo mais eficiente
9) Se você tem um fogão muito antigo, avalie trocá-lo por um que tenha classificações A e B de eficiência energética. Eles consomem menos gás
10) Sua cozinha esquentou com o forno ligado? É desperdício! O gás está queimando energia para aquecer o ambiente. Acontece com os fogões antigos
Alertas de segurança
Conforme empresários do setor, há um grande número de vendedores clandestinos de gás, que cobram menos, mas representam um risco ao consumidor e aos vizinhos do estabelecimento. Confira o que é importante saber para fugir dos clandestinos:
- Assim como no caso dos combustíveis e outros produtos, desconfie se a revenda estiver cobrando um valor muito abaixo da concorrência. Lojas ilegais, que não respondem à legislação e não recolhem imposto, costumam cobrar valores bem abaixo da média
- Só aceite botijões com o lacre de segurança íntegro ao chegar na sua casa
- Se você costuma pedir tele-entrega, dê uma olhada no veículo do entregador. Motoristas devem ter crachá de identificação e a caminhonete deve ter a logo da companhia. No caso de motocicletas, só é permitido carregar os cilindros no sidecar, e não em suportes atrás do condutor
- Se for comprar diretamente na empresa, veja se há identificações da marca do gás e se estão visíveis os alvarás dos bombeiros e de localização, além do registro na Agência Nacional do Petróleo (ANP)
- Se você trocou o fornecedor e de repente o gás começou a durar menos tempo, desconfie. Pode ser que ele não esteja cheio
- O botijão P2, conhecido como liquinho, não pode mais ser vendido, logo, quem vende está fora da lei. Como não tem válvula, o uso é perigoso