O encolhimento na economia em 2015 foi tão intenso que atingiu todos os setores. Foi a primeira vez em 25 anos, desde o governo Fernando Collor, que o PIB de Serviços recuou: a queda no ano passado foi de 3,8%. O setor de serviços, que engloba diversas áreas, como saúde, crédito e comércio, representa 61% do PIB brasileiro e 71% dos empregos gerados no país.
A queda é um sinal de alerta para a equipe econômica do governo porque, mesmo em períodos turbulentos na economia, o setor costuma crescer. Foi assim durante as crises cambiais na década de 1990, o apagão do setor elétrico em 2001, a eleição do presidente Lula em 2003 e a crise internacional em 2008.
O fraco desempenho da indústria, a queda no poder de compra da população e o ajuste nas contas públicas atingiu os três subsetores do setor: os serviços prestados às empresas, às famílias e ao governo. Os serviços prestados às famílias, como alimentação e habitação, vinham sofrendo menos impacto até então devido a subsídios dados pelo governo e incentivo ao crédito.
O comércio, que inclui atacado e varejo, teve um recuo de 8,9%. Pelo cálculo do PIB, comércio é considerado serviços por oferecer produtos à população.
Transporte, armazenagem e correio, que recuou 6,5%, outros serviços (-2,8%) e serviços de informação (-0,3%) também impactaram. Enquanto que intermediação financeira e seguros e atividades imobiliárias apresentaram variações positivas de, respectivamente, 0,2% e 0,3%.