Apesar da inflação oficial de Caxias indicar aumento geral de 11,10% nos preços nos últimos 12 meses, o consumidor, ao ir às compras, tem a impressão que a alta tem sido bem maior do que isso. Em muitos casos, não é só impressão.
As frutas, verduras e legumes aumentaram muito mais do que a inflação no último ano. Em pesquisa na Ceasa Serra, a coluna listou 10 itens bem conhecidos do consumidor que dispararam em relação ao mesmo período de 2015 (veja quadro). A média geral da inflação acaba sendo menor, portanto, porque envolve outras categorias.
— Praticamente todos os preços de frutas, verduras e legumes estão maiores neste ano na comparação com 2015. Tivemos muitas adversidades climáticas e isso ocasionou muitas quebras de produção. Com a oferta menor que a demanda, o preço aumenta. Além disso, o custo de produção cresceu muito porque as culturas têm que ser tratadas mais vezes quando o tempo não ajuda — explica Gilnei Bogio, coordenador de mercado da Ceasa Serra.
A uva lidera a escalada, com alta de 174,72% na variedade niágara. O mamão, outra cultura muito afetada pelas condições climáticas, apresenta aumento superior a 130%.
Outro fator que estimulou a alta nos alimentos é a disparada dos combustíveis. Com o frete mais caro, os itens que vêm de outras regiões estão chegando com valores maiores.
Para tentar driblar a alta nos preços, especialistas indicam que o melhor é sempre fugir dos valores inflacionados, apostando em substituições.
Quando praticamente todos itens semelhantes estão mais caros, como é o caso de frutas, legumes e verduras, o ideal é apostar nos que dispararam menos (os alimentos da estação, por exemplo).
Escalada
Produto e alta
Alho — 82,98%
Beterraba — 42,85%
Caqui — 36,36%
Cenoura — 36,84%
Maçã — 22,42%
Mamão — 137,38%
Melão — 84,50%
Repolho verde — 58,73%
Uva (niágara) — 174,72%
Vagem — 28,57%