O outono com cara de verão tem desanimado os lojistas da Serra. As vitrines estão lotadas de roupas de meia-estação e botas, mas o público quer ficar bem longe desse tipo de artigo. Em contrapartida, as coleções de calor já vêm sendo liquidadas desde o começo do ano, até como forma de calibrar os caixas diante dos fracos negócios. Poucas são as lojas que possuem estoques de peças leves para exibir e vender.
O comércio da moda está num labirinto de dificuldades, reflexo do cenário de demissões na indústria. No acumulado de 12 meses, o varejo de vestuário, calçados e tecidos de Caxias acumula perdas de 20%. Só em janeiro e fevereiro deste ano (últimos dados), o recuo foi de 15%.
É óbvio que ainda é cedo e há previsões de que o frio chegará antes do inverno (com ondas de baixas temperaturas a partir de maio), mas os comerciantes têm pressa de estar em sintonia com o que o público precisa. Até porque, com o contexto de retração econômica, demissões e endividamento, o cliente passou a ser mais consciente com seus gastos.
Uma coisa é certa: quanto mais tarde chegar o frio, menos o consumidor comprará porque ele percebe que pode passar os meses da estação com as roupas de seu guarda-roupa, sem gastar. O que fica claro ao circular pelo comércio é que nunca se viu tanta promoção, tanta estratégia para tentar capturar o bolso do consumidor.