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A Marcopolo admitiu, durante teleconferência com analistas na terça-feira, que estuda a possibilidade de fechamento de fábricas no país, inclusive as da Neobus, a partir da incorporação que ainda precisa do aval do Cade. A intenção seria reduzir custos e ampliar a eficiência operacional para driblar o cenário de retração no mercado doméstico. 

Fontes ligadas ao setor salientam que Caxias do Sul estaria fora dessa readequação.Uma das plantas que entraria em estudo de viabilidade seria a da Neobus em Três Rios (RJ). Isso porque o volume de encomendas recebidas pela Neobus seria insuficiente para manter as duas unidades em operação – a outra fica em Caxias.

A Marcopolo desenvolve uma espécie de plano diretor para as unidades industriais, a ser concluído em dois meses. A medida levará em conta quesitos como a idade, os investimentos em modernização e a demanda atual de cada uma das plantas, além das projeções de negócios. A Marcopolo possui no Brasil duas fábricas em Caxias do Sul, uma em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e outra em São Mateus, no Espírito Santo.

Na teleconferência com investidores para a apresentação do balanço no primeiro trimestre, o CEO da Marcopolo, Francisco Gomes Neto, fez uma projeção animadora entre os números negativos. De janeiro a março, a empresa teve queda de 34,8% na receita líquida e de 46,5% no Brasil. 

Embora de janeiro a março as receitas de exportações e no Exterior da indústria tenham caído 20,6%, a fabricante de ônibus espera chegar ao final de 2016 com crescimento de 50% nos negócios internacionais. Sim, positivos. Antes, a projeção era avançar 30%, mas, em função dos contratos já engatados com América Latina, América do Sul, África e Oriente Médio, a meta foi revista para cima. 

A reabertura do mercado da Argentina, com o novo presidente Mauricio Macri, está animando o setor, aliada ao dólar ainda valorizado. O mercado doméstico? Difícil, em marasmo. A exportação ajudará a minimizar as perdas do mercado doméstico, mas a flexibilização ainda é fundamental para frear as demissões, além da análise de eficiência das fábricas.