A alta de 0,78% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio representou a maior elevação do indicador para o mês desde 2008. Naquele ano, o IPCA de maio apresentou alta de 0,79%. Outra marca negativa do resultado divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi o resultado no acumulado de 12 meses.Com a alta do mês passado, a inflação acumulada alcançou 9,32%, acima do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%, e do patamar de 9,28% registrado nos 12 meses encerrados em abril.
O IPCA acumulado em 12 meses, quando comparado ao período imediatamente anterior, não apresentava elevação desde janeiro passado. No primeiro mês do ano, o indicador alcançou 10,71%, ante 10,67% de dezembro do ano passado. Desde então, o IPCA acumulado apresentava tendência de queda: 10,36% em fevereiro, 9,39% em março e 9,28% em abril.
Os preços administrados de águas e esgoto e energia elétrica fizeram do grupo Habitação o principal responsável para a alta de 0,78% no IPCA de maio, informou o IBGE. O grupo avançou 1,79% em maio e teve impacto positivo de 0,27 ponto porcentual (p.p.) no índice geral, o maior entre os grupos de despesa. A taxa de água e esgoto avançou 10,37% e, sozinha, contribuiu com 0,15 p.p. no índice de maio.
Segundo o IBGE, isso ocorreu por causa da região metropolitana de São Paulo, já que acabou, no mês passado, o programa de incentivo da Sabesp à redução do consumo de água, o qual dava desconto para quem economizasse água. Já a energia elétrica subiu 2,28% em maio, pois houve reajustes contratuais anuais nas distribuidoras de Salvador, Recife, Fortaleza e Belo Horizonte.
– Os administrados foram estrelas da inflação em maio – afirmou a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, em entrevista coletiva concedida no Rio.
O grupo Alimentação e Bebidas teve o segundo maior impacto no IPCA de maio, com 0,20 p.p., provocado pela alta de 0,78% do grupo no mês.