O novo levantamento da safra 2015/2016, divulgado essa semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), registra nova queda na estimativa da produção de grãos. As quebras das safras de milho e soja pesaram no resultado.
Os últimos três meses foram de pouca chuva e muito calor. O impacto, que os agricultores já sentiam no dia-a-dia, apareceu nos números divulgados essa semana pela Conab. A projeção para a safra atual caiu, mais uma vez. A estimativa agora é de uma produção de 196 milhões de toneladas - um recuo de 2,9% em relação à estimativa divulgada em maio. E essa queda fica ainda maior quando é feita a comparação com 2015: mais de 5%.
"Esse ano, o produtor acreditou - principalmente na região Centro Oeste, e na região do Matopiba - ele acreditou que o clima seria o mesmo. Só que esse ano, o clima se reverteu e nós tivemos chuvas abaixo da média, temperaturas muito altas, e isso fez com que houvesse um impacto na produtividade dessas culturas, principalmente milho e soja", explicou Aroldo Neto, o Superintendente de Informações do Agronegócio, da Conab.
O recuo da safra está relacionado à queda na produção do milho de segunda safra, que ainda está no campo. O milho é a segunda maior cultura e representa 40% de tudo que é plantado no país. A previsão é que sejam colhidas 50 milhões de toneladas de milho - três milhões a menos do que foi estimado em maio.
Já com relação à soja, o levantamento da Conab apontou que o Brasil deverá ter o primeiro recuo na produção, desde a safra de 2011/2012. A estimativa é de uma redução de 1,3% em relação à previsão de maio, e de pouco mais de 0,5% em relação à safra de 2014/2015.
Igor dos Santos Nascimento, presidente interino da Conab, analisa: "Não que houve uma quebra enorme nessa safra, nesse levantamento agora. Mas sim, quando você pega um comparativo com as safras recordes que teve [no período] anterior, a gente sinaliza uma pequena quebra nesses produtos".
Apesar da quebra na produção de milho e soja, as previsões da Conab e do IBGE ainda indicam que esta safra brasileira de grãos deverá ser a segunda maior da história.