A menos de 15 dias de entrar em vigor, o Plano Safra 2016/2017 da agricultura empresarial poderá sofrer mudanças. Mesmo que em tom de cautela, e evitando detalhar as alterações, o secretário nacional de Política Agrícola, Neri Geller, adiantou que o governo federal quer modificar em pelo menos quatro pontos o programa apresentado há pouco mais de dois meses pela presidente afastada Dilma Rousseff.
Uma das mudanças pretendidas pelo Ministério da Agricultura é aumentar de R$ 5 bilhões para R$ 7,5 bilhões os recursos para o Moderfrota – hoje a principal linha de financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas.
– Ainda não sabemos se faremos isso por meio de suplementação de verbas ou remanejamento de recursos – disse Geller.
No total, o pacote anunciado pelo governo prevê R$ 202 bilhões em crédito para custeio, comercialização e investimentos. A falta de garantia de crédito efetivo para o Moderfrota foi uma das principais reclamações das indústrias do setor no último ano.
– Esse arranca e para é muito ruim. O que precisamos é de uma regularidade nos financiamentos para as indústrias conseguirem programar suas produções e vendas – avalia Cláudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers).
O governo busca aumentar também o montante destinado ao programa Inova Agro, voltado à modernização de estruturas para criação de aves e suínos, por exemplo. A intenção é elevar de R$ 1,4 bilhão para, no mínimo, R$ 2 bilhões.
Entre os ajustes previstos estão, ainda, o aumento de recursos ao Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) e a recomposição do orçamento para o seguro rural, hoje em R$ 300 milhões.
– O que não conseguirmos mudar até o fim do mês, poderemos fazer com o plano em curso – garante Geller.