Além de alagamentos e estragos em ruas e residências da zona urbana, a chuva torrencial que caiu na Serra nesta segunda-feira prejudicou algumas plantações no interior da região. As produções de folhosas (leia-se especialmente alfaces e temperos) são as mais sensíveis a esse cenário.
O gerente-técnico operacional da Ceasa/Serra, Antonio Garbin, destaca que ainda é cedo para medir os prejuízos, mas reforça que se a chuva forte continuar (conforme é a previsão), a oferta deve diminuir na central de abastecimento. Com menos hortaliças e folhosas disponíveis no mercado, o preço sobe.
— Estávamos há quase um mês sem chuva, então era bem importante para todas as variedades que ela viesse. O problema é que chegou muita chuva em muito pouco tempo. Para as hortaliças, isso prejudica porque danifica as folhas e também alaga a produção, impedindo a colheita — explica Garbin.
Até mesmo relatos de granizo foram registrados em algumas plantações da região, especialmente no interior de Flores da Cunha. Se as videiras não estivessem em fase de dormência, o fenômeno teria causado prejuízos significativos na produção de uva, analisa Olir Schiavenin, vice-coordenador da Comissão Interestadual da Uva e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua.
O ponto positivo das mudanças climáticas previstas para essa semana é a volta do frio. Conforme Garbin, o calorzinho dos últimos dias estava acelerando processos, o que não é interessante para a vitalidade das plantas. A uva, assim como outras culturas, necessita de um bom número de horas de frio para se desenvolver de forma ideal. (Com Raquel Fronza).