A percepção de que a economia brasileira pode encolher menos do que o esperado também chegou ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Em relatório divulgado nesta terça-feira, a instituição revisou a expectativa de retração do PIB do Brasil em 2016. A previsão agora é de um recuo de 3,3%. Em abril, era de 3,8%. A visão menos pessimista vem depois de cinco quedas seguidas nos relatórios anteriores. Foi ainda a primeira vez em quatro anos que o FMI não piora as projeções para o Brasil.
Para a instituição, as novas estimativas são reflexo da melhora em indicadores como a confiança do consumidor e dos empresários, além da percepção de que talvez a retração do PIB no primeiro trimestre tenha sido mais suave do que se imaginava antes. Mesmo assim, alerta o FMI, as "incertezas políticas ainda persistem", o que não dá garantias de que as projeções se confirmem.
O relatório também aponta um cenário melhor para 2017. O fundo projeta um avanço de 0,5% no PIB brasileiro no próximo ano. No relatório anterior, apontava estabilidade.
O cenário de menos pessimismo traçado pelo FMI se repete nas analistas de executivos do mercado financeiro do Brasil nas últimas semanas. No Boletim Focus do Banco Central divulgado nesta segunda-feira, a projeção de recuo do PIB, que era de 3,3%, passou para 3,25%. Para 2017, as estimativas subiram de 1% para 1,1%.
No caso da economia global, entretanto, a instituição ficou um pouco mais pessimista. A expectativa do FMI para o crescimento mundial neste ano caiu 0,1 ponto percentual, para 3,1%. O mesmo ocorreu em relação a 2017. A projeção divulgada em abril era de avanço de 3,5%. Agora, de 3,4%. Uma das principais causas é a saída do Reino Unido da União Europeia, episódio que ficou conhecido como Brexit.
Para os países emergentes, as projeções seguem iguais. Avanço de 4,1% em 2016 e 4,6% em 217. Entre as nações analisadas pelo FMI, o melhor desempenho neste ano é esperado para a Índia, com um avanço de 7,4%.