O setor vitivinícola brasileiro comemora os resultados do primeiro semestre referentes ao mercado externo. De janeiro a junho, o segmento ampliou em 33,27% o desempenho registrado em valor na comparação com o mesmo período de 2015. Foram US$ 2,2 milhões exportados em vinhos e espumantes nos primeiros seis meses do ano, sendo que no ano passado, no mesmo período, o montante foi de US$ 1,6 milhão.
Em volume, as vendas para o Exterior também cresceram: a alta foi de 26% com a remessa de 835,5 mil litros. O setor verificou ainda uma melhora no valor médio por litro, passando de US$ 2,51 para US$ 2,65. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira e apurados pelo Wines of Brasil, projeto realizado pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para promoção no mercado internacional.
Conforme o presidente do Ibravin, Dirceu Scottá, o crédito do resultado obtido na primeira metade do ano se deve a uma soma de fatores, como o ajuste na estratégia de parceria comercial e ações promocionais no mercado norte-americano, a retomada nas vendas no Reino Unido após o fim dos estoques acumulados no período pós-Copa do Mundo, e ao amadurecimento na atuação de mercados tradicionais (como o Paraguai) pelas vinícolas exportadoras.
O dólar em patamares mais elevados, claro, também estimula a modalidade, aumentando a competitividade dos produtos nacionais. Scottá lembra ainda que a visibilidade dada ao País por sediar as Olimpíadas contribuiu para fortalecer a imagem dos produtos nacionais.
— As vinícolas hoje estão com distribuidores mais alinhados ao perfil de produto brasileiro. Com isso, passaram a ter mais relevância dentro do portfólio que é trabalhado no Exterior — complementa Scottá.
Bom desempenho deve ser mantido
No primeiro semestre, os vinhos brasileiros foram exportados por 17 vinícolas para 28 países. Entre os mercados-alvo do Wines of Brasil, o destaque foi o Reino Unido, que praticamente triplicou o volume adquirido, passando de 29,7 mil litros para 83,3 mil litros.
Nos Estados Unidos, o incremento foi de 23% em volume, saltando de 117,5 mil litros para 144,7 mil litros. Entretanto, em valor, as exportações cresceram 42%, atingindo US$ 444,6 mil. Scottá cita que uma ação promocional com a cadeia de restaurantes Seasons 52, por exemplo, abriu distribuição dos rótulos verde-amarelos em 42 estados americanos.
Para o segundo semestre de 2016, tendo em vista os negócios sinalizados pelas vinícolas exportadoras, a tendência é de que o desempenho se mantenha nesse patamar:
— O resultado das exportações ainda é pequeno, mas extremamente importante para a construção de parcerias mais sólidas no mercado internacional e para o posicionamento do Brasil como produtor mundial de vinhos de qualidade — conclui Scottá.
Mercado interno
As vendas do setor vitivinícola no mercado interno recuaram 4,35% no primeiro semestre. O destaque positivo ficou com a comercialização de vinhos finos, que cresceu quase 10% no período.