O Produto Interno Bruto (PIB) registrou queda de 0,6% no segundo trimestre em relação ao período anterior de 2016. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o recuo foi de 3,8%. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta quarta-feira.
Apesar de o resultado ter sido ligeiramente pior do que o esperado, um dado acende uma luz de expectativa: o indicador de investimento, conhecido como Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), teve o primeiro resultado positivo depois de nove trimestres de queda, de 0,4%.
Considerando os quatro trimestres encerrados em junho, o PIB registrou decréscimo ainda maior, de 4,9%, em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 1,5 trilhão no segundo trimestre deste ano.
O primeiro semestre de 2016 também foi de queda em relação ao mesmo período do ano passado, com recuo de 4,6%.
Indústria volta a crescer, mas agropecuária cai
O PIB da indústria subiu 0,3% no segundo trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período de 2015, no entanto, o PIB do setor teve queda de 3%, apontou o IBGE.
Na indústria, houve variação negativa de 0,2% na construção. A extrativa mineral e a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana cresceram, respectivamente, 0,7% e 1,1%. A indústria de transformação se manteve estável no trimestre.
A atividade de serviços caiu 0,8% entre abril e junho em relação ao primeiro trimestre de 2016. Já na comparação com o segundo trimestre de 2015, o PIB de serviços registrou recuo mais elevado, de 3,3%.
Nos serviços, ocorreu retração de 2,1% no grupo de transporte, armazenagem e correi. Além disso, outros serviços (-1,7%), intermediação financeira e seguros (-1,1%), comércio (-0,8%) e serviços de informação (-0,6%) apresentaram queda. Na contramão, administração, saúde e educação pública (0,5%) variou positivamente e atividades imobiliárias (0,1%) manteve-se praticamente estável no trimestre. Na agropecuária, o PIB caiu 2% no segundo trimestre. Se o número for comparado ao mesmo período do ano passado, o recuo foi de 3,1%.
Consumo das famílias
O consumo das famílias caiu 0,7% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre deste ano. Na comparação com o segundo trimestre de 2015, o consumo das famílias mostrou queda de 5%.
Consumo do governo
O consumo do governo, por sua vez, recuou 0,5% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre deste ano. Já na comparação com o segundo trimestre de 2015, o consumo do governo mostrou queda de 2,2%.
Exportações
As exportações contabilizadas no PIB cresceram 0,4% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre deste ano. Na comparação com o segundo trimestre de 2015, as exportações mostraram alta de 4,3%.
As importações, por sua vez, avançaram 4,5% no segundo trimestre em relação ao período anterior. Já na comparação com o segundo trimestre de 2015, as importações caíram 10,6%.
A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial. No PIB, entram bens e serviços, e as variações porcentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Já na balança comercial, entram somente bens, e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços.
Formação Bruta de Capital Fixo
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu 0,4% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre deste ano — primeiro resultado positivo após 10 trimestres consecutivos em queda. Na comparação com o segundo trimestre de 2015, o indicador que mede o volume de investimento em bens de capital, ou seja, em máquinas e equipamentos destinados à produção, teve recuo de 8,8%. Ainda segundo o instituto, a taxa de investimento (FBCF/PIB) ficou em 16,8% no segundo trimestre de 2016.