No primeiro semestre de 2016, as vendas pela internet alcançaram um faturamento de R$ 19,6 bilhões, o que representa um crescimento nominal de 5,2% na comparação com o mesmo período no ano passado, segundo a Ebit.
Entre os fatores estão aumento de 7% no valor do tíquete médio, ficando em R$ 403,46, crescimento puxado pela alta de preços registrada pelo índice Fipe/Buscapé, maior participação das classes A e B e manutenção das vendas de categorias de produtos de maior valor, como eletrodomésticos e telefonia/celulares.
Segundo o balanço, houve aumento de 31% de consumidores virtuais ativos, aqueles que realizaram pelo menos uma compra no período, chegando a 23,1 milhões. Houve ainda forte crescimento das vendas via dispositivos móveis, que tiveram 18,8% em participação média no semestre e, em junho, representaram 23%.
No entanto, com o aumento do desemprego e enfraquecimento das compras feitas pela classe C, houve queda de 2% no volume de pedidos na comparação com o ano anterior. No total, foram contabilizados 48,5 milhões de encomendas virtuais. Por outro lado, a renda média familiar dos consumidores online aumentou em 11%, alcançando R$ 5.174.
Neste semestre verificou-se uma mudança no comportamento dos consumidores em relação à preferência dos produtos adquiridos. A categoria “livros, assinaturas e apostilas” (14%) assumiu a liderança em volume de pedidos, seguida por “eletrodomésticos” (13%), “moda e acessórios” (12%, que estava à frente desde a primeira metade de 2013), “cosméticos e perfumaria /cuidados pessoais/saúde” (12%) e “telefonia/celulares” (9%).
"Apesar de um começo de ano com menor ritmo nas vendas, a Ebit registrou uma melhora na confiança do consumidor, o que garantiu uma retomada das transações nos últimos meses. A expectativa é de que o crescimento do e-commerce seja maior no segundo semestre potencializado, principalmente, pela Black Friday e Natal", comentou o COO da Ebit, André Dias.
A estimativa de vendas até o final do ano se mantém de acordo com o previsto pela Ebit no começo de 2016. O faturamento deverá totalizar R$ 44,6 bilhões, um crescimento nominal de 8% ante 2015. O número de pedidos poderá chegar a 106,5 milhões, próximo ao apresentado no ano passado.
Ciclo de compra
Em pesquisa especial da Ebit realizada com 7.809 consumidores, entre 3 de junho e 11 de julho, sobre o ciclo de compra na Internet, uma pergunta abordava quais produtos foram comprados no e-commerce nos últimos três meses. Celular/smartphone foi o campeão, com 26% da preferência, seguido por moda feminina/acessórios (19%), moda masculina/acessórios (15%), perfume (12%) e esporte e lazer (11%).
Analisando o item líder em vendas, verificou-se que em média as pessoas demoram 16 dias para tomar a decisão de adquirir um celular/smartphone. Dos consumidores que procuram o produto, 37% já buscam informações apenas na internet antes de fazer a compra e apenas 3% não pesquisaram em nenhum canal.
Questionados sobre os fatores de indução de compra, ainda no caso desse produto de preferência, os respondentes indicaram preço (57%), qualidade (50%) e frete grátis (23%) como os que mais levam em consideração no momento de decisão.
Em relação ao indicador que mede a satisfação e fidelização do cliente, houve evolução gradativa nos últimos meses, de 59,7% em dezembro, alcançando 61,6% em março e chegando a 64,4%, em junho deste ano. Uma das causas foi a queda no volume de atraso na entrega, de 8,6% para 7,7% dos pedidos, segundo o estudo.
O estado de São Paulo é o que tem maior faturamento no comércio eletrônico no Brasil. E no primeiro trimestre de 2016 atingiu R$ 3,6 bilhões.
A quantia representa, porém, uma queda real de 7,4% na comparação com os R$ 3,9 bilhões registrados no mesmo período de 2015. A região Sudeste é também a mais forte em participação nas vendas (Ebit), detendo no primeiro semestre 64,5% do todo.