No segundo trimestre deste ano, a economia brasileira continuou em queda. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 0,6% em relação ao trimestre anterior. É o sexto trimestre seguido de queda. Em valores correntes, o PIB chegou a R$ 1,5 trilhão.
Entre os setores cujos desempenhos entram no cálculo do PIB, a agropecuária registrou a maior queda, de 2%, seguida pelos serviços, que recuaram 0,8%. Apenas a indústria, que vinha apresentando resultados seguidamente negativos, teve uma leve alta de 0,3%.
“A indústria até melhorou um pouco [em relação ao trimestre anterior] (...), mas se for olhar serviços, continua no negativo. Então, essa melhora da indústria é como se fosse um pouco abafada pelo resultado de serviços. É uma mudança do que vinha acontecendo nos trimestres anteriores, realmente os investimentos e a indústria mudaram o comportamento, mas isso ainda não afetou tanto o PIB por causa dos serviços que pesam 72% da economia”, analisou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Do primeiro para o segundo trimestre, os investimentos voltaram a crescer, depois de dez quedas seguidas. A Formação Bruta de Capital Fixo, como a taxa de investimentos também é conhecida, cresceu 0,4%. De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais, a variação positiva de 0,4% dos investimentos, assim como o resultado da indústria, "não podem ser considerados 'crescimento', mas podem estar relacionados 'à expectativa de melhora' da economia".
No segundo trimestre deste ano, a economia brasileira continuou em queda. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 0,6% em relação ao trimestre anterior. É o sexto trimestre seguido de queda. Em valores correntes, o PIB chegou a R$ 1,5 trilhão.
Entre os setores cujos desempenhos entram no cálculo do PIB, a agropecuária registrou a maior queda, de 2%, seguida pelos serviços, que recuaram 0,8%. Apenas a indústria, que vinha apresentando resultados seguidamente negativos, teve uma leve alta de 0,3%.
“A indústria até melhorou um pouco [em relação ao trimestre anterior] (...), mas se for olhar serviços, continua no negativo. Então, essa melhora da indústria é como se fosse um pouco abafada pelo resultado de serviços. É uma mudança do que vinha acontecendo nos trimestres anteriores, realmente os investimentos e a indústria mudaram o comportamento, mas isso ainda não afetou tanto o PIB por causa dos serviços que pesam 72% da economia”, analisou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Do primeiro para o segundo trimestre, os investimentos voltaram a crescer, depois de dez quedas seguidas. A Formação Bruta de Capital Fixo, como a taxa de investimentos também é conhecida, cresceu 0,4%. De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais, a variação positiva de 0,4% dos investimentos, assim como o resultado da indústria, "não podem ser considerados 'crescimento', mas podem estar relacionados 'à expectativa de melhora' da economia".
Por outro lado, o consumo das famílias, que durante anos colaborou com o crescimento da economia, recuou pelo sexto trimestre seguido. De abril a junho, a baixa foi de 0,7%. Os gastos do governo também diminuíram. A retração foi de 0,5% frente ao primeiro trimestre deste ano.
No cálculo do PIB, também são considerados os números referentes ao setor externo. As exportações, por exemplo, cresceram 0,4%, em ano de valorização do dólar sobre o real. Em compensação, as importações cresceram 4,5%.
“Nesse segundo trimestre, o comércio exterior teve contribuição negativa nesta base de comparação [contra o trimestre anterior]. É explicado também porque, na variação cambial, a gente teve apreciação. No primeiro trimestre estava mais valorizado o câmbio. E quando apreciam, as exportações tendem a ficar menos competitivas e as importações tendem a aumentar”, afirmou Claudia Dionísio, gerente de contas trimestrais do IBGE.
Tombo em cima de 2015
Quando os números do segundo trimestre são comparados com os do mesmo período de 2015, os resultados são bem mais negativos. Nessa base de comparação, o PIB caiu 3,8%.
O recuo na agropecuária chegou a 3,1%, influenciada, principalmente, segundo o IBGE, pelo desempenho negativo da produção de milho (-20,5%), arroz (-14,7%), algodão (-11,9%), feijão (-9,1%) e soja (-0,9%).
Já a indústria, ao contrário da leve recuperação que mostrou do primeiro trimestre para o segundo, sofreu uma queda de 3%, puxada pela indústria de transformação, que produz máquinas e equipamentos, teve uma redução de 5,4%. Dentro do setor fabril, a construção também caiu 2,2% e o segmento extrativo mineral recuou 4,9%.
O setor de serviços, nessa base de comparação, foi o que sofreu maior redução: de 3,3%. O comércio sofreu contração de 7,4% e os serviços de transporte, armazenagem e correio, de 6,5%.
O consumo das famílias caiu 5%, sob influência da inflação, dos juros, do crédito mais restrito, da queda do emprego e da renda ao longo do período, conforme aponta o IBGE. Seguindo a mesma tendência, os gastos do governo recuaram 2,2%.
Os investimentos também tiveram redução nessa base de comparação. Pelo nono trimestre seguido, a Formação Bruta de Capital Fixo recuou. Desta vez, a queda foi de 8,8%.
Na análise do setor externo, as exportações avançaram 4,3% e as importações caíram 10,6%, "ambas influenciadas pela desvalorização cambial de 14,3% e pelo desempenho da atividade econômica registrados no período".
Taxa de investimento
No segundo trimestre, a taxa de investimento foi de 16,8% do PIB - o menor resultado para o segundo trimestre desde 2003, quando havia ficado 16,4%, afirmou Claudia Dionísio.
No mesmo período de 2015, o índice havia ficado em 18,4%. Já a taxa de poupança aumentou: de 15,1% no segundo trimestre de 2015 para 15,8% no mesmo trimestre de 2016.
No primeiro semestre, o PIB acumula uma queda de 4,6% e, em quatro trimestres, de 4,9% - a taxa mais negativa da série, iniciada em 1996.
Previsões pessimistas
As previsões divulgadas já indicavam que o resultado seria negativo. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que tenta "antecipar" o resultado do PIB, projetou, há duas semanas, uma queda de 0,53% no segundo trimestre deste ano.
Para 2016, os economistas do mercado financeiro preveem que o nível de atividade neste ano feche em queda de 3,2%, segundo o boletim Focus, também do BC, mais recente.
A projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) está em linha com a do mercado brasileiro. Em relatório divulgado julho, o fundo disse esperar que a economia brasileira "encolha" 3,3% em 2016.