Se o mercado está saturado em algumas áreas, por que não usar a criatividade para investir em novos filões, que tenham a tecnologia como uma forte aliada?Cases de empresários que vêm perseguindo essa filosofia não param de pipocar em Caxias, inspirando o mercado a reagir e a diversificar sua matriz econômica.
Uma dessas histórias é protagonizada por Diori Lovatto Ricaldi (foto), que há dois anos, em plena crise, ingressou em um nicho que revela-se promissor nessa terra de empreendedores. Por meio da Canvas360°, a qual dirige, o empresário intermedia a compra e a venda de empresas em Caxias e cidades vizinhas, como Farroupilha e Flores da Cunha.
– O cenário de aquisições é muito bom, e vai aumentar com a volta da confiança, pois a crise estancou um pouco o dinheiro – justifica o executivo, que está transformando a Canvas360° em franqueadora, para replicar o conceito para outras regiões do país.
Em média, são selados seis negócios por mês, com tíquete em torno de R$ 400 mil. Esse é o valor médio, pois a venda de maior custo já assessorada pela Canvas360° envolveu R$ 50 milhões em uma transação do segmento de rodas. O que leva alguém a se desfazer de um empreendimento? Falta de sucessor, porque o empresário tem outras empresas, mas quer focar em alguma, está se aposentando, busca qualidade de vida ou quer ir embora da Serra.
Hoje, são cerca de 600 empresas em estoque para venda, abrangendo lojas de vestuário, produtos naturais, padaria, sacolão, banca, imobiliária, estética, casa de festas, bar, brechó, escola infantil e companhias de tecnologia.
Aliás, é em negociações nesse último filão, de softwares, que Diori vem se especializando. Dessa forma, potencializa outra organização caxiense sob seu comando: a Trampolean, aceleradora de startups, com seis incubadas. Ele carrega na bagagem a experiência de ter investido no Exterior e busca trazer para a Serra o conceito do Vale do Silício (EUA). Acredita que a criação de um "ecossistema" de inovação seja a chave para fortalecer a economia.