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Embora a inflação oficial de Caxias aponte alta de 10,99% nos últimos 12 meses, o consumidor nota que quando as compras incluem hortifrutigranjeiros, a disparada nos preços é bem maior que isso. E, de fato, não é só impressão. Em uma pesquisa realizada na Ceasa Serra, é possível encontrar, com facilidade, ao menos 10 frutas, verduras e legumes que apresentaram uma escalada expressiva (veja quadro). 

A principal justificativa são fatores climáticos aliados à lei da oferta e procura. A banana caturra, por exemplo, teve alta de 150% este mês na comparação com o mesmo período de 2015:

— O principal motivo da alta da banana é o frio intenso no sudeste do país, o que não é normal. Com as temperaturas baixas, a fruta não se desenvolve — explica Gilnei Bogio, coordenador de mercado da Ceasa.

Na última semana, o comerciante Caio Fernando Schneiders, de Pareci Novo (RS), era um dos poucos que vendia a fruta na Ceasa. Com menos oferta no mercado, o valor da banana sobe. 

— Essas que a gente vende, vêm de Minas Gerais, mas vi vários comerciantes comentando que não estão encontrando fornecedores — conta Schneiders.

Apesar de muitos alimentos ainda apresentarem preços com forte alta, Bogio acredita que o ápice dos valores já passou: 

— No meio do ano, ali por julho, os alimentos, no geral, estavam ainda mais caros. Mas como as pessoas estão consumindo menos, o preço vem caindo. Antes, os caminhões dos compradores saíam cheios da Ceasa. Hoje, alguns saem pela metade. Isso gera uma tendência de preços menores.

O diretor do Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (Ipes) da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Roberto Birch Gonçalves, concorda com essa avaliação. A cesta básica e a inflação de Caxias, segundo ele, estão mostrando sinais de estabilização nos últimos meses.

— Aquele descontrole inflacionário, com altas e baixas bruscas de um mês para outro, parece ter acabado. E a explicação para isso não passa por mudanças políticas, mas, sim, pela crescente perda do poder aquisitivo das pessoas. Com menos dinheiro girando, o mercado vem mantendo os preços — explica.

DISPARADA EM UM ANO

Confira 10 alimentos que dispararam bem mais que a inflação em um ano:

* Produto - Quanto aumentou
- Banana caturra - 150%
- Feijão preto - 84,49%
- Maçã fuji - 19,78%
- Mamão formosa - 40%
- Melancia - 50%
- Melão amarelo - 20,31%
- Milho verde - 20%
- Pimentão verde - 33,33%
- Tomate longa vida - 36,56%
- Vagem verde - 20%
Fonte: Levantamento do Pioneiro com dados da Ceasa Serra

Drible os aumentos
:: Pesquisar segue sendo essencial. Muitas vezes, os preços são bastante diferenciados entre os estabelecimentos. O consumidor pode conseguir descontos de até 30% em um mesmo produto, no mesmo dia, só porque comparou valores.
:: Fuja dos produtos inflacionados. Quando o consumidor deixa de consumir os itens inflacionados, ele sinaliza ao mercado que não pactua com reajustes abusivos.
:: Substitua serviços e produtos caros. Quando puder, opte por alimentos da estação e por produtos que não sofreram impactos expressivos de logística no valor final.
:: Evite parcelar. Em tempos de juros altos, as parcelas não valem a pena e comprometem o orçamento.
:: Descubra o que está prejudicando o orçamento doméstico. Anote seus gastos para perceber o que está pesando mais no bolso, assim ficará mais fácil analisar o que pode ser eliminado.