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26/09/2016

Carteiras de trabalho têm emissão parada no Estado



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A emissão de carteira de trabalho no Rio Grande do Sul despencou desde maio. E não é porque as pessoas não estão buscando o documento, até porque o desemprego continua em alta e eleva a procura por vagas. Instabilidade e compatibilidade nos sistemas de Tecnologia de Informação (TI) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e dos serviços do setor público no Estado derrubaram a confecção. Não bastasse a dificuldade de conseguir admissão, os desempregados não conseguem obter o documento desde 16 de setembro, quando a confecção foi suspensa pelo agravamento dos problemas. 

Segundo a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (Fgtas), a média de 22,9 mil carteiras emitidas por mês, de janeiro a abril, recuou a 8,2 mil carteiras de maio a agosto. Em junho, foram apenas 3,3 mil documentos. Segundo a assessoria de imprensa da Fgtas, o MTE alega que o parque tecnológico em Brasília está com problemas. "Devido à impossibilidade de prestação do serviço, a direção da Fgtas decidiu suspender o atendimento e ainda não há previsão de retomada do serviço." O aviso ocorreu em 15 de setembro. A assessoria de imprensa do MTE confirmou que os problemas continuam, gerando instabilidade no sistema. "A coordenação-geral de Informática busca soluções para que a situação seja normalizada. Pedimos desculpas pelos transtornos e contamos com a compreensão de todos", comunicou a assessoria, sem informar o prazo para a solução. 

O novo sistema começou a ser implantado no Estado em 28 de abril. Desde então, foram pelo menos cinco comunicados de interrupção da emissão. Além desses transtornos, as quedas e lentidão do sistema impuseram uma rotina manual na entrega de carteiras feitas até meados deste mês. De posse do protocolo para a retirada, o titular vai às unidades, onde os funcionários fazem cópia da guia, liberam o documento e depois precisam fazer o encaminhamento físico ao MTE para oficializar a retirada no sistema digital.

Os transtornos ocorrem também nesse processo manual. O dono de uma loja de tintas na zona Norte de Porto Alegre tenta assinar a carteira de uma candidata a ocupar a vaga de promotora de vendas desde o começo do mês. O problema é que a futura funcionária não conseguia retirar a carteira no posto do Sistema Nacional de Emprego (Sine) no bairro Tristeza. Ela foi ao local mais de uma vez, ligou para a unidade e teve a informação que não conseguiriam liberar devido aos problemas do sistema.

"Resolvi voltar a trabalhar depois de 28 anos em casa, para complementar minha renda, e não consigo a carteira para poder ser efetivada", indigna-se Jeanete Hauter Corsetti, com 55 anos. "O que acontece comigo pode estar acontecendo com milhares de pessoas", revolta-se. Luiz Adolfo Rauter Neto, que administra a loja e é irmão de Jeanete, não se conforma com a confusão. Na quinta-feira passada, ele mesmo ligou para o posto do Sine para tentar resolver e não conseguiu contato. Ela não pode começar a trabalhar sem ter a carteira.

O Jornal do Comércio levou o caso de Jeanete à assessoria da Fgtas. Depois de repassar o protocolo da candidata à promotora de vendas, o serviço informou que ela poderia retirar o documento. A assessoria esclareceu que as unidades são orientadas a fazer a liberação manual e que a situação ocorrida com Jeanete foi isolada. "O País vive desemprego, as pessoas querem trabalhar e sofrem com estes transtornos", reage o comerciante. "O que tinha de ser tudo fácil (referência ao posto do Tudo Fácil onde a irmã fez o documento), está sendo tudo muito difícil", lamenta Rauter Neto.    

Os números mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) indicaram que o País ainda está com saldo negativo no fluxo de vagas formais. Foram 33.953 postos fechados em agosto no Brasil, 17º mês consecutivo de retração líquida de vagas. No País, foram 1,253 milhão de contratações e 1,287 milhão de demissões no período. Uma boa notícia é que o número de postos fechados no mês passado foi menor que o do mesmo mês do ano passado, que somou 86.543 vagas. Em julho, foram 94.724 vagas formais fechadas, frente às contratações. O Rio Grande do Sul teve saldo negativo de 1.690 vagas, sendo 84.790 admissões e 86.480 demissões, queda de 0,07%. Em agosto de 2015, frente ao mesmo mês de 2014, o saldo negativo havia sido muito maior, chegando a 12.166 demissões a mais que admissões. 

A recessão econômica e a escalada das taxas de desemprego desde 2015 geraram menos danos aos jovens no mercado de trabalho do que aos adultos. A taxa aumentou 36,8% em 2015 frente a 2014, segundo o primeiro informe especial da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) na Região Metropolitana de Porto Alegre para a faixa de 16 a 24 anos. O índice subiu de 14,4% a 19,7%. Entre os adultos de 25 a 59 anos, o indicador aumentou 53,5% no intervalo dos dois anos. Os jovens só tiveram impacto menor na variação, pois o índice é bem maior. A taxa de desemprego adulta saiu de 4,3%, em 2014, para 6,6% no ano passado. Já a taxa média do mercado subiu de 5,9% para 8,7%.  

Foi a maior elevação para médias anuais da população jovem que está no mercado desde 2000. O informe, elaborado por Dieese, Fundação de Economia e Estatística (FEE) e Fgtas, apontou ainda que a maior redução na proporção de jovens na População Economicamente Ativa (PEA) ocorreu frente a 2004, que era de 24,5% e passou a 16,9% em 2015. Foram 114 mil pessoas a menos na PEA nessa faixa etária no ano passado, enquanto aumentou 202 mil entre os adultos. A taxa de participação dos jovens passou de 70,5%, em 2000, para 61,6% em 2015. Para os especialistas, essa alteração reflete o adiamento do ingresso nas atividades laborais para estudar mais. 

O secretário do Trabalho do Estado, Catarina Paladini, mostra preocupação com o impacto da crise econômica, que se agravou desde 2015, para o segmento. O efeito, segundo Paladini, foi claro. O secretário destacou que a situação se repete pelo País, não sendo um comportamento apenas regional. Os jovens de 16 a 24 anos representam 23,8% da PEA. Outro detalhe que Paladini ressalta é que o desemprego nessa faixa não é igual em todas as classes de renda. "Temos taxa de 18% nas classes A e B, 52% nas classes C e 30% de desocupação para as rendas de D e E", informou o secretário. Segundo ele, muitos jovens também deixam de estudar para trabalhar, sem contar o fenômeno dos "nem-nem", população de 18 a 24 anos que não trabalha nem estuda. 

Paladini observa que, nos próximos 20 anos, o Estado experimentará um aumento da proporção de idosos (com mais de 60 anos), chegando a mais de um quarto da população.


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