As exportações brasileiras superaram as importações, resultando em superávit da balança comercial brasileira de US$ 36,17 bilhões no acumulado deste ano até setembro informou nesta segunda-feira (3) o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Em setembro, o saldo positivo (exportações menos importações) somou US$ 3,803 bilhões, o que representa uma queda de 8,1% na comparação com o mês anterior, quando o superávit foi de US$ 4,14 bilhões.
Na comparação com setembro de 2015 (US$ 2,94 bilhões), entretanto, o saldo da balança registrou alta de 29,1%. Trata-se também do melhor resultado de superávit para meses de setembro desde 2006 (US$ 4,46 bilhões).
Na parcial de 2016 até o final de setembro, as exportações somaram brasileiras US$ 139,3 bilhões, com média diária de US$ 737 milhões. As importações, por sua vez, somaram US$ 103,1 bilhões, ou US$ 546 milhões por dia útil.
Importações caem 23,9% no ano
A melhora no saldo comercial acontece em momento de recessão na economia brasileira. Com redução da renda, diminui a demanda por produtos e serviços importados. Além disso, apesar da queda recente, o superávit recorde também está relacionado com o alto patamar do dólar no acumulado deste ano.
Ambos estes fatores, a recessão na economia e o dólar em um patamar relativamente alto, contribuem para a queda das importações – que é o principal fator para o forte aumento do saldo comercial em 2016.
Neste ano, até agosto, as compras do exterior despencaram 23,9%, enquanto que as exportações caíram bem menos: 4,6%.
Mas com o fortalecimento do real frente ao dólar nos últimos meses, entretanto, esse movimento vem perdendo parte de seu ímpeto. Enquanto as importações recuaram 9,2%em setembro sobre um ano antes, pela média diária, as exportações recuaram 2,2% na mesma base.
Destaques
No acumulado janeiro-setembro de 2016, as exportações de produtos básicos caíram 9,1% e a de manufaturados, 1,4%. As vendas para o exterior de semimanufaturados, por sua vez, aumentaram 4%.
Com relação à exportação de produtos básicos, houve diminuição de receita de petróleo (-24,5%), café em grão (-22,1%), minério de ferro (-15,7%), fumo em folhas (-13,7%), minério de cobre (-11,8%), farelo de soja (-6,1%), carne de frango (-4,6%), soja em grão (-4,4%) e carne bovina (-2,8%). Por outro lado, cresceram as vendas de milho em grão (+42,3%), algodão em bruto (+19,6%) e carne suína (+10,3%).
Nas importações, as principais quedas foram nas compras de combustíveis e lubrificantes (-43,7%), bens de consumo (-24,5%), bens de capital (-22,2%) e bens intermediários (-20,1%).
Principais destinos
No acumulado no ano, os principais países de origem das importações brasileiras foram, pela ordem: Estados Unidos (US$ 17,7 bilhões), China (US$ 17,5 bilhões), Alemanha (US$ 7 bilhões), Argentina (US$ 6,6 bilhões) e Coreia do Sul (US$ 4,4 bilhões).
Já os principais destinos das vendas brasileiras foram: China (US$ 30,0 bilhões), Estados Unidos (US$ 17,1 bilhões), Argentina (US$ 9,9 bilhões), Países Baixos (US$ 7,9 bilhões) e Alemanha (US$ 3,6 bilhões).
Estimativas para 2016
A expectativa do mercado financeiro para este ano é de melhora do saldo comercial, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada. No ano passado, o saldo das transações comerciais do Brasil com o resto do mundosomou US$ 19,69 bilhões.
A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 49,5 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior para 2016. O Ministério do Desenvolvimento estima um saldo positivo de US$ 45 bilhões a US$ 50 bilhões neste ano.
Já o Banco Central prevê um superávit da balança comercial de US$ 49 bilhões para 2016, com exportações em US$ 190 bilhões e importações no valor de US$ 141 bilhões.
O superávir da balança comercial também tem contribuído para reduzir o rombo das contas externas brasileiras. O déficit em transações correntes somou US$ 13,11 bilhões nos oito primeiros meses deste ano. Esse rombo é 71,6% menor que o registrado no mesmo período de 2015, quando totalizou US$ 46,16 bilhões.