Uma escultura móbile de grandes dimensões (12m de comprimento por 3m de altura) do artista plástico porto-alegrense César Cony estará em exposição na capital gaúcha a partir de 15 de junho, no Parque Farroupilha, junto ao Monumento ao Expedicionário e próximo das feiras agroecológicas. Devido ao agravamento da pandemia e para evitar aglomerações, o artista optou pela suspensão do evento de lançamento previsto anteriormente. A escultura fica em exposição em Porto Alegre até o dia 25 de junho.
O vídeo documentário “Ferro e Dressa”, de 12min, acompanhou todo o processo de criação da obra e conta com depoimentos comoventes de artesões e descendentes de italianos. O vídeo pode ser acessado via YouTube /AtelierCesarCony ou pelo link https://youtu.be/s39roG6kDNA.
O projeto cultural FERRO E DRESSA foi contemplado pelo edital Criação e Formação - Diversidade das Culturas, realizado pela Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) em parceria com a Fundação Marcopolo, com recursos oriundos da Lei Aldir Blanc.
A ESCULTURA
A escultura é estruturada com ferro moldado e dressas (tranças feitas de palha de trigo utilizadas pelos imigrantes italianos na confecção de cestas e chapéus, entre outros utensílios).
Vai possibilitar aos visitantes vivenciar uma conexão com a obra, que está projetada para permitir ao público uma experiência sensorial. O artista fez questão de imprimir interação e ludicidade à obra, que foi projetada para permitir movimento a partir de toques.
Cesar Cony incluiu na obra alguns dos elementos estéticos significativos da arquitetura italiana de Antônio Prado, cidade onde ele reside atualmente e que abriga o maior conjunto brasileiro de casarios da arquitetura italiana, tombados e preservados pelo IPHAN.
Entre esses elementos estão os lambrequins (rendas de madeira nos beirais das casas) e os óculos de porão (janelas circulares com grades de ferro que, ao mesmo tempo protegiam e enfeitavam as casas). As dressas imprimem à obra a cultura agrícola e um tom dourado que remete à ideia de uma “joia” natural. Foram utilizados cerca de 500kg de ferro e mais de 2.000 metros de dressas para compor a obra.
SOBRE O ARTISTA
Natural de Porto Alegre, Cesar Cony vem desenvolvendo a arte da joalheria desde 1981. Participou de diversas exposições coletivas e individuais no Estado e no país e fundou, em 1995, a Escola Gaúcha de Joalheria, promovendo e produzindo cursos, exposições, mostras, excursões orientadas e intervenções em espaços culturais. Formou toda uma nova geração de joalheiros e designers.
Em 2010 quando visitou Antônio Prado para conhecer os projetos de agroecologia locais se apaixonou pelo design, cultura e elementos estéticos da arquitetura colonial italiana. Desde então reside na cidade com a família, onde cria e desenvolve suas coleções e mantém seu atelier.
O PROJETO
O projeto FERRO E DRESSA foi apresentado pela Lúdica - Educação e Linguagem e aprovado na Lei Aldir Blanc , contemplando 16 profissionais ligados à cadeia cultural, entre eles artesãs dresseiras e o artista plástico residente em Antônio Prado, Cesar Cony, responsável pela concepção e execução da obra artística.
O projeto FERRO E DRESSA concorreu com outros 6.590 inscritos, dos quais 591 projetos foram contemplados, em 127 cidades , que vai gerar mais de 10.000 postos de trabalho, atendendo um público previsto de mais de 2 milhões de pessoas. Este é o maior edital para a Cultura realizado no Rio Grande do Sul e é destinado a propostas de Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas.
O processo seletivo dos projetos promoveu a distribuição de recursos a proponentes de diversos municípios do Rio Grande do Sul de acordo com a divisão demográfica da população do RS COREDES – Conselhos Regionais de Desenvolvimento. No Corede Serra foram contemplados 65 projetos.